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30 anos de Carolina Herrera, a definição do chique sem esforço

Este ano, a marca criada por uma das mulheres mais elegantes da moda completa três décadas e meia de uma trajetória repleta de lições de estilo.

Por Ana Cristina Gonçalves
Atualizado em 21 jan 2020, 05h23 - Publicado em 7 set 2016, 07h00

Uma mulher de 42 anos, quatro filhas, de família abastada e que nunca havia trabalhado antes resolve seguir o conselho da amiga: “Você tem um olho tão bom para roupas. Acho que poderia se dar bem explorando esse caminho”. A conversa aconteceu em Nova York, o ano era 1981, a amiga se chamava Diana Vreeland (a supereditora de moda da Vogue e da Bazaar norte-americanas) e a dondoca, para usar um termo da época, Carolina Herrera. Três décadas e meia depois do diálogo, sempre relembrado nas biografias de ambas, a última construiu um império e passou a ser apontada como uma das mulheres mais elegantes do mundo.

Na guerra dos tronos que se desenrola na moda, ela pode ser considerada uma sobrevivente de linhagem nobre. É uma das remanescentes, ao lado de Ralph Lauren e Calvin Klein, da geração que colocou os Estados Unidos na linha de ponta do mercado fashion, apesar de ter nascido na Venezuela. Sua primeira coleção, aliás, foi toda costurada por uma francesa que fazia seus vestidos em Caracas. Virar estilista, começar a trabalhar assim de repente foi um capricho ou a realização de um sonho? Talvez as duas coisas.

“Quando criança, não tinha consciência da moda. Mas aprendi, desde cedo, a admirar o que é belo. Meu olhar foi treinado para reconhecer a beleza”, disse para a ESTILO.

 

Nascida em berço aristocrático, teve preceptora húngara que lhe ensinou francês e inglês, frequentou as melhores escolas, passava férias na Europa. Casou-se cedo, teve duas filhas, Mercedes e Ana Luisa, separou-se, casou novamente com Reinaldo Herrera, jornalista, com quem mudou-se para Nova York, e teve mais duas filhas, Carolina e Patricia. Na virada dos anos 1970 para os 80, Manhattan era uma festa. Bonitos e bem relacionados, os dois estavam sempre nos lugares mais badalados.

Andy Wahrol, Mick Jagger, a princesa Margareth, da Inglaterra, e os Kennedy pertenciam ao círculo de amigos. É inegável que as alianças sejam fundamentais na conquista de territórios. Mas, quando alguém decide entrar em uma batalha, demonstrar habilidade é pré-requisito. Evidentemente, as boas amizades ajudaram a sedimentar a trajetória de Carolina. Mas, caso não houvesse seu dom absoluto para a elegância, nada teria dado certo. Tudo nela – e em sua marca – parece perfeito, belo, harmônico. Nada é em excesso: o brilho, a seda, o laço de veludo, o decote, a fenda, a caretice, a ousadia.

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A combinação dos elementos acontece de maneira tão equilibrada que agrada e descansa o olhar. O tal do chique sem esforço que nós, comuns mortais, tanto perseguimos (e como colocamos empenho nisso! Ficar arrumada de uma maneira que pareça que “nossa, acordo assim todos os dias” continua sendo um dos paradoxos femininos) está à disposição de qualquer um nas roupas das duas etiquetas que levam seu nome.

Há apenas três lojas Carolina Herrera: em Nova York, Los Angeles e Dallas, o que garante a aura de exclusividade e luxo em torno do nome. Já para a etiqueta CH, com preços um pouco mais acessíveis que os da marca-mãe, a estratégia é outra. São 141 lojas próprias pelo mundo (cinco no Brasil, quatro em São Paulo e uma no Rio de Janeiro) e presença em 215 lojas de departamentos.

São os perfumes, no entanto, os grandes responsáveis pela expansão global. É possível encontrá-los em mais de 25 mil pontos de venda. A primeira fragrância foi lançada em 1988 sob a chancela da Puig, uma empresa sediada em Barcelona, Espanha. Dominada por jasmim, a flor preferida da estilista, tornou-se um sucesso mundial a ponto de a empresa fazer uma proposta para comprar a grife em 1995. Desde então, a administração dos negócios saiu de suas mãos. O controle criativo, não. Vai ao trabalho todos os dias.

Aos 77 anos, ainda supervisiona o desenvolvimento das coleções, dá palpites na modelagem, concede entrevistas, organiza eventos beneficentes. Conta com a colaboração das filhas mais novas. Vista no mercado como potencial sucessora, Carolina Herrera de Baez está à frente da divisão de perfumes e vive atualmente em Madri. Patrícia Lansing, responsável pelos projetos especiais, mora em Nova York, como a mãe.

“Elas são um termômetro e nunca escondem o que sentem. Quando não gostam de uma ideia, falam na mesma hora”, afirma.

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As camisas brancas, um dos símbolos mais fortes do que significa refinamento no mundo de Carolina Herrera. “Meu uniforme de escola era uma camisa branca com uma gola do tipo Peter Pan. Acredito que seja por isso que eu goste tanto delas. São um porto seguro para mim”, conta.

Momentos de celebração são naturalmente construídos com um pouco de nostalgia. Mas, no caso da estilista, a parcela maior de sua personalidade mira o futuro. “Não se pode confiar no passado. O importante é o que está por vir”, afirma.

 Em junho, a grife estreou no Snapchat. A estrela escolhida foi Kiernan Shipka, atriz de 16 anos que despontou na série Mad Men (2007). Sinal de que a marca quer atrair a atenção dos millenials, a geração com menos de 20 anos, e mostrar que a força de sua elegância é à prova do tempo.

 

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