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Sophia Abrahão: ‘’Quem ria de mim no começo, passou a me imitar’’

Da televisão, em que surgiu como artista, para os palcos, onde quer se consolidar como cantora,

Por Patricia Moterani
Atualizado em 21 jan 2020, 02h34 - Publicado em 6 nov 2016, 12h30

Sophia Abrahão completou 25 anos e vive aquele momento da vida adulta em que, se tudo ainda não está resolvido, ao menos certas angústias adolescentes ficaram para trás e surgiram algumas certezas, especialmente profissionais, que vão guiar os próximos anos.

Em seu caso, esse caminho a leva da televisão, em que surgiu como artista, para os palcos, onde quer se consolidar como cantora. “Quero focar cada vez mais nisso. O palco meu deu a liberdade de poder ser quem eu sou e de me expressar por inteiro. Isso me encanta”, afirma. Atualmente, ela roda o Brasil com a turnê Tudo que Eu Sempre Quis, na qual divulga seu primeiro álbum, que leva seu nome e é composto de batidas pop, lançado no fim de 2015. Esse é o seu segundo trabalho em trajetória solo na música (em 2014, ela havia lançado o EP Sophia) e já surgiu como um sucesso: no dia em que foi lançado, ganhou o título de álbum brasileiro mais vendido nas primeiras 24 horas no iTunes – foram cerca de 140 mil downloads — e agora acaba de render a ela uma indicação ao Grammy Latino na categoria artista revelação.

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Sua ideia era passar o ano de 2016 somente na divulgação desse disco. Não resistiu, porém, ao convite para integrar o elenco de A Lei do Amor, nova novela das 9 da Globo que estreia este mês. “Quando acabou Alto Astral (2014), me programei para tirar um período sabático da TV para me dedicar à música. Mas essa proposta me chamou a atenção porque, com ela, sabia que teria uma experiência diferente na televisão. Como apareço apenas na primeira fase da novela, gravei sabendo exatamente qual seria a minha participação: o começo, o meio e o fim. Geralmente, isso não é comum no gênero. Foi quase como ter feito um longa-metragem. Pude estudar o roteiro de outra forma”, explica.

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Na obra, Sophia vive a estudante Vitória, parte da família mais rica da cidade interiorana onde a trama se desenvolve. “A Vitória começa solar, mas depois acaba passando por alguns problemas que transformam um pouco essa personalidade. A novela vai abordar temas como alcoolismo e depressão”, adianta. Ela, no entanto, não viverá esses dramas, que vão aparecer somente na segunda fase, quando, depois de um salto de 20 anos, Vitória será interpretada pela atriz Camila Morgado. A Sophia, cabe a fase mais patricinha da personagem, um tipo já comum em sua carreira: também viveu uma patricinha como a Felipa de Malhação, em 2007, seu papel de estreia da TV, e em Rebelde (2010), na Record, quando interpretou Alice, uma das vocalistas da banda Rebeldes, que surgiu como grupo musical fictício da novela e acabou ganhando vida própria fora das telas – e mostrou a Sophia a possibilidade de ser cantora.

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Sophia Abrahão

“Sempre fui muito musical. Ouço música para tudo e cresci vendo meu pai tocar piano. Em casa, escutávamos Pink Floyd, Rolling Stones, Caetano Veloso, Rita Lee e Marisa Monte. Também aprendi a tocar violão sozinha e arriscava cantar em rodas de amigos. Mas jamais me pensei intérprete. Só que, ao saber do teste para Rebelde, nem pestanejei. Me apaixonei pelo projeto e quis que o papel fosse meu. Quando comecei a fazer shows com a banda, em cena e depois de verdade, senti que estar no palco era muito especial. Adoro o contato com as pessoas e ver a reação delas ali, ao vivo. É um processo bem menos solitário do que a televisão e acho difícil alguém passar por isso sem ser fisgado. Foi algo que aconteceu sem planejamento, mas me mostrou que é uma das coisas que mais gosto de fazer”, diz.

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A carreira de Sophia acabou sendo construída em cima de acasos. O primeiro veio aos 13 anos, quando, enquanto passeava pela Rua Oscar Freire, em São Paulo, onde nasceu e cresceu, foi abordada por um olheiro com um convite para trabalhar como modelo. “O que me atraiu foi a chance de começar a ganhar meu dinheiro. Desde cedo, queria ser independente nesse ponto. Acho que tem a ver com o fato de eu ser filha única. Fui criada com muitos adultos em volta, olhando a vida deles e querendo crescer. A oportunidade de fazer trabalhos na moda surgiu como uma janela para isso”, lembra.

Aos 15 anos, passou uma temporada modelando na China e, na volta ao Brasil, se matriculou em um curso de teatro para ganhar desenvoltura e pegar trabalhos mais bem remunerados como modelo. “Me diziam que aqueles com texto eram mais rentáveis e fui aconselhada a aprender a interpretar. Mas, de novo, ser atriz não era algo que eu considerava. Ao contrário: ficava magoada quando alguém me sugeria a ideia. Achava que era um tipo de prêmio de consolação. Que me diziam isso porque eu não tinha altura suficiente para ser modelo, já que meço 1,71 m. Fiz um ou outro desfile, mas o principal mesmo eram trabalhos comerciais”, recorda. Após somente três aulas, surgiu um teste para Malhação e lá foi ela, novamente sem pensar muito. “Fiz apenas para saber como seria. Acabei passando e minha vida mudou radicalmente.”

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Em seguida, mudou-se para o Rio de Janeiro e chegou a entrar na faculdade de cinema, mas abandonou o curso no segundo semestre por causa das gravações de Rebelde. “Nada na minha vida profissional foi programado. Acho, no entanto, que soube me agarrar às oportunidades que apareceram. Hoje, tenho três frentes: a moda, a televisão e a música, e isso me deixa menos ansiosa. Lembro que, quando terminei de gravar Malhação, e não tinha perspectiva nenhuma de trabalho, fiquei muito preocupada. Achava que minha vida ia acabar. (risos) Era uma aflição da idade também. Afinal, tinha só 18 anos. Hoje, não encaro mais dessa maneira. Consegui diversificar e não dependo somente de um campo. Isso me dá um pouco de autonomia”, afirma. Algumas dessas passagens e descobertas de vida ela vai expor mais diretamente em um livro que está preparando e que deve ser lançado em breve. “Não é uma biografia porque seria até vergonhoso falar isso aos 25 anos. O que quero é contar as experiências pelas quais passei com a intenção de transmitir às pessoas uma mensagem de foco, otimismo e persistência”, relata.

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Além de seguir trabalhando como modelo, em campanhas e desfiles, Sophia é bastante atenta à cena da moda. Sete anos atrás, criou um blog (que hoje é um site com seu nome) para falar do assunto e postar seus looks do dia, quando essa fórmula não era tão comum nem muito bem-vista. Com a fama, acabou virando uma referência de estilo, principalmente entre suas fãs meninas, a maioria com idade entre 17 e 25 anos. Em 2013, chegou a lançar uma linha de roupas com seu nome. “Quem ria de mim no começo depois passou a querer me imitar”, conta.

Ela continua escrevendo sobre o tema e acompanha de perto o que acontece no red carpet, os desfiles e os lançamentos de coleções. Na hora de escolher o que usar, entretanto, segue seu instinto e o humor, e não necessariamente uma tendência. “Tem dia que me sinto menininha e invisto em uma produção girlie. Se acordo em um mood rock’n’roll ou boyish, tiro itens pesados e masculinos do armário. Enxergo a moda como uma linguagem, uma maneira de eu poder contar ao mundo quem sou. Moda não tem nada a ver com precisar ter aquela bolsa da qual só existem 20 unidades no mundo”, opina. Entre suas musas particulares de estilo, estão modelos como Kate Moss, Cara Delevingne, Agyness Deyn e Gigi Hadid e a blogueira italiana Chiara Ferragni. “Gosto delas porque são low profile e apostam no hi-lo. Me identifico com as duas definições.”

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Foi olhando para a top britânica Agyness Deyn que ela decidiu cortar o cabelo bem curto e platinar os fios, cor que adotou no início do ano. “Era uma vontade minha havia tempos e só consegui realizá-la porque, à época, não tinha um trabalho previsto que exigisse um cabelo específico.”

Quando ela surgiu com as novas madeixas, virou alvo de ataques na internet. Nas redes sociais, passaram a dizer de maneira pejorativa que, por causa do comprimento curtinho, Sophia era homossexual. “Foi surpreendente e fiquei chateada não por mim, mas por quem realmente passa por esse preconceito e por ver o quanto ele ainda existe. O curioso é que, contra o que diz o senso comum, me sinto muito mais feminina com o cabelo curto. Esse corte me deu sensualidade e poder. Com ele, é como se eu fosse mais adulta”, analisa.

Ainda superloira, gravou no primeiro semestre o clipe de Sou Fatal, música com letra criada pelo cantor e compositor Nando Reis especialmente para ela e que lançou como um single. A canção fala sobre uma mulher “mais mulher”, sensação com a qual anda convivendo. “Sem dúvida, me sinto assim. Não sei se tem relação direta com a idade, mas me vejo mais consciente de quem sou e para onde quero ir. A vontade de explorar melhor a música vem disso. Agora, como boa budista, só me falta alcançar uma tranquilidade maior para lidar com o dia a dia. Ainda acho que sou bastante imediatista.”

 

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