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”Adoro ver uma celebridade usando uma roupa que criei”, diz Gina Guerra, estilista da Gig Couture

Especializada em tricô e conhecida pelo forte trabalho com cores e padronagens, a marca mineira comemora mais de uma década de vida e faz parte do acervo de famosas internacionais, como Paris Hilton e Beyoncé.

Por Patricia Moterani
Atualizado em 21 jan 2020, 03h42 - Publicado em 16 out 2016, 13h00

Em meados dos anos 1990, quando a estilista mineira Gina Guerra ainda estudava moda na Universidade Federal de Minas Gerais, ela foi visitar uma amiga e nesse encontro veio o tal clique que a fez ter certeza do que iria ser sua trajetória profissional. “Vi-a tecendo um cone de linha em uma máquina simples de costura e disso saiu um peça inteira. Me encantei na hora pelas possibilidades que o tricô permite, pelo desafio que ele propõe e decidi ali que iria investir nisso”, relembra.

Passou a fazer cursos, a estudar os fios e as melhores formas de trabalhar o entrelaçamento para conseguir resultados ora leves, ora encorpados. Depois, desenhou algumas peças sob encomenda e para marcas como Alphorria e Viktor Dzenk, até que conheceu a empresária Patrícia Schettino, que procurava estruturar um negócio com foco na exportação e feito de roupas que pudessem ser usadas em qualquer lugar do mundo.

”Adoro ver uma celebridade usando uma roupa que criei”

A estilista enxergou nisso a chance de consolidar uma moda autoral e, juntas, decidiram organizar a produção que Gina já vinha fazendo. Assim nasceu a Gig Couture, em 2005. “Acredito que não precisamos necessariamente fazer uma moda com elementos considerados brasileiros para estar lá fora. Uma etiqueta se constrói com base em uma ideia bem definida e em um lifestyle. É preciso entender a sua própria história e ter a sensibilidade de perceber o que a sua consumidora quer vestir”, diz Gina.

Agência Fotosite
Agência Fotosite ()

A estilista Gina Guerra no backstage da apresentação da coleção inverno 2015 no SPFW. 

A ideia bem definida a que ela se refere é traduzida, na Gig, por tricôs de cores vibrantes, estampas feitas com desenhos étnicos, gráficos e geométricos, pelo uso constante do jacquard e por certo ar exótico como resultado final. “Eu sou pessoalmente muito ligada a culturas e lugares ditos fora do comum e é um movimento natural olhar isso para desenhar as nossas coleções. Em 2014, por exemplo, passei 20 dias na Ásia, explorando o Uzbequistão. Acampei com nômades e visitei quatro cidades, além da capital, Tashkent. Disso, saiu o inverno 2015, que marcou ainda nossa estreia no calendário oficial do São Paulo Fashion Week”, conta a estilista.

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Outras fontes de inspiração já foram a ilha do Taiti, na Polinésia Francesa, a Londres dos anos 1960 e, mais recentemente, para o verão 2017, a última coleção desfilada, o trabalho da pintora russo-francesa Sonia Delaunay. “Comecei a ver um livro sobre a obra de Sonia em um museu. Achei a história de vida dela interessante, me aprofundei em seus processos e decidi criar baseada nela. Notei que tudo o que ela fazia virava arte e a achei uma mulher muito forte para a época que viveu, no fim do século 19. Suas telas tinham muitas cores e curvas. Eram bastante expressivas”, observa.

Na interpretação de Gina, isso aparece em uma série de vestidos e combinações de saias mídi com tops cropped de cores vivas, como amarelo e azul-turquesa, e repletas de assimetrias e plissados, que criam movimentos, babados e efeitos óticos. “Nossas criações não são coladas ao corpo, mas têm apelo feminino e romântico. A mulher que usa a marca é alguém que gosta um pouco de ousar, sim, porque as peças chamam a atenção”, define.     

MARCAS REGISTRADAS:

Plissado e lurex:

A dupla dá fluidez ao tricô nesta saia do verão 2017. “Amo o fio lurex. Trabalho com ele desde o início”, diz Gina.     

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Divulgação
Divulgação ()

Cores fortes:

Par de brincos de acrílico, criação em parceria com a marca de acessórios Lool.     

Divulgação
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ELAS USAM:

Rafa Brites

Cleiby Trevisan
Cleiby Trevisan ()

Isabella Fiorentino

Eduardo Lopes
Eduardo Lopes ()

Isabel Wilker

Cleiby Trevisan
Cleiby Trevisan ()

Paris Hilton

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Rob Kim/ Getty
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Thássia Naves

Rhaiffe Ortiz
Rhaiffe Ortiz ()

“Acho o trabalho da Gig com o tricô inovador e gosto da modelagem. Uso tanto em ocasiões especiais como no
dia a dia.” —Thássia Naves.    
 

A ESCOLHA DE BEYONCÉ:

Agência Fotosite
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Look do verão 2016 e o macacão usado por Beyoncé, da mesma coleção.     

Reprodução/Divulgação
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Reprodução/Divulgação
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“Foi uma surpresa. Soubemos poucos dias antes de o clipe ser lançado. Isso acaba sendo um respaldo a nosso trabalho.” —GINA GUERRA     

Reprodução/Divulgação
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Entre as fãs desse traçado, estão nomes de projeção explosiva em redes sociais e da cultura pop: a socialite norte-americana Paris Hilton, as cantoras também norte-americanas Beyoncé e Britney Spears, a blogueira brasileira Thássia Naves, a modelo australiana Miranda Kerr e muitas outras. “Adoro ver uma celebridade usando uma roupa que criei. Gosto de notar a pluralidade que alcançamos. Há fashionistas, atrizes, cantoras e isso acaba sendo uma vitrine poderosa. A Beyoncé acabou de usar um macacão nosso em um de seus clipes e isso gerou um superbuzz. A mídia vem atrás, outras celebridades se interessam, as revistas passam a produzir mais peças para os seus editoriais.

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Esse tipo de divulgação é bem importante, mas não vamos conscientemente atrás dele. O episódio da Beyoncé aconteceu porque o produtor dela passou em nosso showroom em Nova York e levou algumas peças para que ela provasse. Ela curtiu e então separou uma delas para o figurino. Foi uma escolha dela”, frisa Gina.

Isso ajuda ainda a marca a se manter internacional, o maior objetivo da dupla. “Já desfilávamos no Minas Trend Preview e quisemos estar no SPFW porque a projeção do evento é global. Um próximo passo será um desfile em outra capital da moda, como Nova York, ainda que não no calendário oficial. É um movimento que tem de ser feito aos poucos.

Como ainda mantemos a produção em pequena escala, talvez precisemos de uma empresa maior por trás para investir nisso”, conclui.     

ATRÁS DA CENA:

A Gig conta com showrooms em Nova York e Paris, loja própria em São Paulo e é vendida em e-commerces e em mais de 100 multimarcas nacionais e internacionais. A fábrica, no entanto, fica em Belo Horizonte, cidade natal de Gina Guerra. “Temos maquinário industrial para o desenvolvimento das peças, mas elas são feitas uma a uma. Da tecelagem à finalização, cada roupa leva de cinco a seis horas para ficar pronta.”  

NA PASSARELA:  

VERÃO 2017

Agência Fotosite
Agência Fotosite ()

INVERNO 2016

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Agência Fotosite
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VERÃO 2017

Agência Fotosite
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INVERNO 2016

Agência Fotosite
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INVERNO 2015

Agência Fotosite
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INVERNO 2015

Agência Fotosite
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